Psy-Flex: validação de um instrumento para avaliação da flexibilidade psicológica na população portuguesa

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Data
2022
Autores
Temido, Ana Margarida Samora
Cunha, Marina (Orientadora)
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Editora
ISMT
Resumo
Introdução: A Psy-Flex é um instrumento breve que avalia a flexibilidade psicológica definida, segundo o modelo teórico da Terapia de Aceitação e Compromisso, pelo conjunto de competências capazes de levar o individuo à mudança do comportamento, facilitando comportamentos mais adaptativos e valorizados pelo indivíduo. Este conjunto de competências psicológicas envolvidas no processo de flexibilidade psicológica estão associadas ao bem-estar psicológico e saúde mental. Objetivos: A presente investigação pretendeu traduzir e adaptar a Psy-Flex para a língua portuguesa e consequentemente realizar os estudos de análise fatorial, fidedignidade e validade deste instrumento na população portuguesa (em amostras não-clínica e clínica). Método: A amostra não-clínica ficou constituída por 566 indivíduos (372 do sexo feminino e 192 do sexo masculino) com idades compreendidas entre 18 e 74 (M = 36,64; DP = 15,11). A amostra clínica incluiu 30 participantes, com idades compreendidas entre 20 e 69 anos (M=43,13 e DP= 13,85). A amostra não-clínica preencheu numa plataforma online o protocolo que avaliou a flexibilidade psicológica (Psy-Flex), a inflexibilidade e flexibilidade psicológica (MPFI-24), sintomas de ansiedade e depressão (PHQ-4), e a perceção de saúde mental (MHC-SF). Na amostra clínica, o protocolo foi aplicado individualmente e de forma de presencial. Resultados: A Psy-Flex evidenciou uma estrutura unifactorial atestada pela AFE e AFC. Os testes de invariância revelaram o modelo da Psy-Flex ser invariante em termos configural, métrico e escalar para o género masculino e feminino e para as amostras não-clínica e clínica. A Psy-Flex revelou uma adequada fidedignidade avaliada pelo alfa de Cronbach e Fiabilidade Compósita nas amostras não-clínica e clínica. Na amostra não-clínica, a Psy-Flex mostrou uma associação positiva, moderada a forte, com a flexibilidade medida pelo MPFI-24-FP e com a saúde mental. Revelou também uma associação negativa, moderada a forte, com a inflexibilidade avaliada pelo MPFI-24-IP e com aos sintomas de depressão e ansiedade. A idade e escolaridade apresentaram uma associação positiva fraca com a Psy-Flex. O sexo revelou um efeito significativo, com os homens a apresentarem valores mais elevados de flexibilidade psicológica que as mulheres. A Psy-Plex mostrou validade discriminante sendo capaz de diferenciar os grupos não-clínico e clínico, com o grupo não-clínico a apresentar valores significativamente mais elevados de flexibilidade psicológica. Conclusão: O presente estudo foi inovador ao disponibilizar um novo instrumento na língua portuguesa que revelou excelentes caraterísticas psicométricas e que pode ser utilizado em amostras não-clínica e clínica, permitindo igualmente a avaliação de estudos de eficácia das intervenções que visam promover a flexibilidade psicológica. / Introduction: Psy-Flex is a brief instrument that assesses psychological flexibility defined, according to the theoretical model of Acceptance and Commitment Therapy, by the set of competencies capable of leading the individual to change behavior, facilitating behaviors that are more adaptive and valued by the individual. This set of psychological skills involved in psychological flexibility is associated with psychological well-being and mental health. Objectives: The present research sought to translate and adapt Psy-Flex to the Portuguese language and, consequently, to conduct the factor analysis, reliability and validity studies of this instrument in the Portuguese population (in non-clinical and clinical samples). Methods: The non-clinical sample consisted of 566 individuals (372 female and 192 male) ranging in age from 18 to 74 (M = 36.64; SD = 15.11). The clinical sample included 30 participants aged between 20 and 69 years (M=43.13 and SD= 13.85). The minimum number of years of education is 4, and the maximum is 19 (M=11.80 and SD=3.32). The non-clinical sample was filled out on an online platform the protocol that assessed psychological flexibility (Psy-Flex), Psychological Inflexibility and Flexibility (MPFI-24), anxiety and depression symptoms (PHQ-4), and perceived mental health (MHC-SF). In the clinical sample, the protocol was applied individually and face-to-face. Results: Psy-Flex evidenced a unifactorial structure attested to by EFA and CFA. Invariance tests revealed the Psy-Flex model to be invariant in configural, metric, and scalar terms for male and female gender and non-clinical and clinical samples. The Psy-Flex revealed adequate reliability as assessed by Cronbach's alpha and Composite Reliability in non-clinical and clinic samples. In non-clinical sample, the Psy-Flex showed a positive, moderate to a strong, association with the flexibility (measured by the MPFI-24-FP) and mental health. It also showed a negative, moderate to strong, association with MPFI-24-IP assessed inflexibility and with depression and anxiety symptoms. Age and years of schooling showed a weak positive association with Psy-Flex. Men and women differed significantly, with men showing higher values of psychological flexibility. Psy-Plex showed discriminant validity, differentiating between non-clinical and clinical groups. The non-clinical group showed significantly higher values of psychological flexibility. Discussion: The present study was innovative in making available a new instrument in the Portuguese language that revealed excellent psychometric characteristics and that can be used in community and clinical samples, also allowing the evaluation of efficacy studies of interventions that aim to promote psychological flexibility.
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Palavras-chave
Flexibilidade psicológica - Psychological flexibility, Instrumento de avaliação - Instrument of assessment, Psy-Flex - Psy-Flex, Validação - Validation, População portuguesa - Portuguese population
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