Comunicações de Psicologia
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Percorrer Comunicações de Psicologia por assunto "Simbolização - Symbolization"
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- ItemO setting como espaço de jogo, tempo psíquico e invólucro corpóreo: ensaio de integração teórico-clínica(Federación Psicoanalítica de América Latina, 2016-09) Farate, Carlos; Túlio, CláudiaLonge vai o tempo em que o setting era abordado exclusivamente como dispositivo formal do contrato terapêutico entre analista e paciente. A partir de Bleger (1967) o setting, como “moldura” simbiótica do processo psicanalítico, torna-se “objeto analítico” (Green, 1975 [1990]) sujeito a interpretação em momentos “críticos” de mudança psíquica. Como refere Lemma (2015) a resistência à mudança psíquica é agida pela insistência na transferência simbiótica ao setting analítico indiferenciado, como “núcleo aglutinado” (Bleger, 1967a) da elação sensório-emocional do ego corpóreo primitivo do paciente. As fantasias pré-simbólicas que “circulam” nestes estados regressivos induzem à contra-transferência somática (Bronstein, 2013) e à difícil dessubjectivação do material projetivo que mantém o “enactment” esquizoparanoide, ou mesmo ambíguo (Bleger, 2013 [1967b]) do par analítico. Só o exercício da capacidade de “rêverie” do analista (Ogden, 1990) permite dessimbiotizar o “setting” corpóreo e resgatar o sonho e o livre jogo associativo na relação analítica. O objectivo deste trabalho é refletir sobre a transformação dos “estados corpóreos da mente” (Lemma, 2015) em resposta às dificuldades transferenciais-contratransferenciais suscitadas pelo manejo do setting na relação terapêutica com duas pacientes em fases diferentes do ciclo vital e com distintas perturbações do funcionamento mental. / The time when the setting was exclusively approached as a formal device of the therapeutic contract between analyst and patient is long gone away. In fact, from Bleger (1967) on the setting, taken as symbiotic "frame" of the psychoanalytic process, became an "analytic object" (Green, 1975 [1990]) subject to interpretation in "critical" moments of psychic change. As Lemma (2015) puts it the resistance to psychic change is acted-out through the persistent symbiotic transference to an undifferentiated analytical setting taken as "agglutinated core" (Bleger, 1967a) of the sensorial-emotional elation of the patient’s primitive bodily ego. The pre-symbolic fantasies that "circulate" in these regressive states can cause in the analyst both a somatic countertransference (C. Bronstein, 2013) and an extreme difficulty in the desubjectification of the patient’s projective material that keep the analytic pair either in a schizoid-paranoid or an ambiguous (Bleger, 2013 [1967b]) enactment. In such moments only the analyst’s capacity of "rêverie" (Ogden, 1999) can disentangle the symbiotic bodily "setting" and repair the dreamy and free associating capabilities of the analytical pair. The aim of this paper is to reflect upon the transformation of these "bodily states of mind" (Lemma, 2015) in response to the transference-countertransference difficulties raised by the management of the setting in the therapeutic relationship with two patients at different phases of their life cycle and suffering from diverse disorders of mental functioning.