Abstract:
Neste ensaio são analisados os principais traços da crítica de Danilo Zolo ao paradigma cosmopolita, em especial nas suas abordagens ética e jurídica, no contexto do debate sobre as condições institucionais para a paz, bem como a sua própria proposta de um pacifismo ‘fraco’. A sua profunda descrença nas virtualidades de qualquer engenharia institucional para a prossecução da paz, a denúncia crítica do irrealismo, da perversidade moral e da virtualidade tirânica de todas as propostas que admitem o recurso à violência física para instaurar a paz e o facto de não acreditar na ‘paz perpétua’ dentro de um horizonte temporal razoável, vão, paradoxalmente e não obstante todo o realismo da sua visão do mundo, aproximar Zolo do pacifismo absoluto da não-violência.