Percorrer por autor "Cunha, Marina (Orientadora)"
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- ItemAcontecimentos Traumáticos, Sentimentos de Vergonha na Relação com os Sintomas Depressivos na Adolescência: estudo longitudinal(ISMT, 2015) Almeida, Rute Vanessa Ferreira; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: As experiências adversas na infância, tal como a exposição a acontecimentos traumáticos e vivências de vergonha, podem ter um contributo importante na vida dos adolescentes moldando a forma estes se percecionam a si próprios e aos outros, e como lidam com as adversidades, podendo aumentar a sua vulnerabilidade para desenvolver uma perturbação depressiva. Este estudo, de desenho longitudinal, consistiu em estudar os factores preditores (acontecimentos de vida traumáticos e sentimentos de vergonha) no desenvolvimento de psicopatologia depressiva a seis meses. Método: A amostra é constituída por 325 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos a frequentar o 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário. Para o estudo das variáveis referidas, foram utilizados os seguintes instrumentos de medida: o Child Depression Inventory, o Childhood Trauma Questionaire e a Escala de Vergonha Externa. Resultados: Os resultados obtidos relativamente à estabilidade absoluta das variáveis demonstram diferenças significativas entre os valores médios do 1ºmomento de avaliação e do 2º momento de avaliação (após 6 meses) para a variável vergonha. Ao longo do estudo, verificou-se uma associação positiva entre as variáveis relacionadas com o trauma e os sentimentos de vergonha avaliados no primeiro tempo (T1) e a variável sintomas depressivos (T2). O modelo de regressão linear múltipla, explicou 63% da variância dos sintomas depressivos no tempo 2, mostrando que o facto de pertencer ao sexo feminino, experienciar mais vivências de vergonha, e mais experiências traumáticas de abuso afetivo, abuso sexual e de negligência emocional permitem predizer mais sintomas depressivos na adolescência. Conclusão: Podemos concluir com a presente investigação, que o impacto de acontecimentos traumáticos, do tipo abuso/negligência, bem como de sentimentos de vergonha durante a fase da adolescência pode ser nocivo para o desenvolvimento harmonioso posterior, nomeadamente no desenvolvimento de sintomatologia depressiva. / Introduction: The adverse experiences in childhood, such as an exhibition of traumatic events and experiences of sham can have important contribution in teenager’s life shaping the way they perceive themselves and the others and how they deal with adversity, increasing their vulnerability to develop a depressive disorder. This study, longitudinal design, it was consisted in study of the predictive factors (traumatic life events and feelings of shame) in the development of depressive psychopathology in six months. Method: The sample consisted of 325 adolescents aged between 12 and 18 years attending the 3rd cycle of basic education and secondary education. To the study of the variables mentioned, the following measuring instruments were used: the Child Depression Inventory, the Childhood Trauma Questionnaire and External Shame Scale. Results: The results obtained regarding the absolute stability of the variables showed significant differences between the mean values of the evaluation 1st moment and 2nd moment of evaluation (after 6 months) for the variable shame. Throughout the study, there was a positive association between variables related to the trauma and feelings of shame evaluated at the first time (T1) and the variable depressive symptoms (T2). The multiple linear regression model explained 63% of variance in depressive symptoms at time 2 , showing that the fact of being female experience more shame experiences, and most traumatic experiences of emotional abuse, sexual abuse and emotional neglect permit predict more depressive symptoms in adolescence. Conclusion: We can conclude with this research, that the impact of traumatic events, the type abuse/neglect, as well as feelings of shame during adolescence can be harmful to the subsequent harmonious development, including the development of depressive symptoms.
- ItemAdaptação e Validação da Escala dos Atributos e Ações Compassivas para Adolescentes(ISMT, 2016) Rodrigues, Cátia Marisa Pereira; Cunha, Marina (Orientadora)A literatura tem vindo a mostrar que a compaixão, enquanto sensibilidade intencional ao sofrimento com um compromisso e motivação para o aliviar, pode ter um impacto positivo na vida do indivíduo, estando associada ao seu bem-estar emocional e psicológico. É hoje consensualmente reconhecida a relevância de intervenções focadas na compaixão, pelo que o desenvolvimento de instrumentos fidedignos para avaliação das diversas facetas deste conceito/processo em diversas idades é crucial para a investigação e prática clínica A Escala dos Atributos e Ações Compassivas, recentemente desenvolvida, procura avaliar as três direções da compaixão: em relação ao próprio, em relação aos outros e ser alvo de compaixão por parte dos outros. Cada uma destas escalas avalia separadamente os atributos e as ações compassivas do indivíduo face uma situação de dificuldade ou sofrimento. O principal objetivo deste estudo é apresentar a adaptação para adolescentes da Escala dos Atributos e Ações Compassivas (EAAC-A), seguindo-se a análise da sua estrutura dimensional e avaliação das caraterísticas psicométricas. Participaram neste estudo 336 adolescentes portugueses com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos. A análise fatorial exploratória revelou que, à exceção da secção de atributos da escala de autocompaixão, as restantes escalas (incluindo as respetivas secções) são unidimensionais. A secção de atributos de autocompaixão revelou a existência de dois fatores. As três escalas revelaram uma boa consistência interna (alfas de Cronbach entre 0,75 e 0,91), bem como uma excelente estabilidade temporal (valores de r variaram entre 0,96 e 0,99). Evidenciaram ainda uma correlação no sentido esperado com as variáveis associadas ao bem-estar e processos emocionais mal-adaptativos, atestando a sua validade convergente e divergente. Os resultados permitem concluir que a EAAC-A é um instrumento fidedigno e útil para a avaliação e investigação da compaixão nas suas diferentes dimensões. / Literature has been showing that compassion, while intentional sensitivity to suffering with a commitment and motivation to alleviate, can have a positive impact on the individual's life and is associated with your emotional and psychological wellbeing. It is now widely recognized the relevance of interventions focused on compassion, for the development of reliable tools for assessing the various facets of this concept / process at different ages is crucial for research and clinical practice. Attributes and Actions Scale newly developed, seeks to assess the three directions of compassion: in relation to itself, in relation to others and should receive compassion from others. Each of these scales separately evaluates the attributes and compassionate actions of the individual face a difficulty or suffering. The aim of this study is to present the adaptation of Attributes and Actions Scale, for teenagers, followed by analysis of their dimensional structure and evaluation of the psychometric characteristics. The sample consisted of 336 Portuguese adolescents aged 12 to 19 years. Exploratory factor analysis showed that, except for the attributes section of the selfcompassion of scale, other scales (including the respective sections) are onedimensional. The selfcompassion attributes section revealed the existence of two factors. The three scales showed good internal consistency (Cronbach's alpha of between 0.75 and .91) as well as an excellent temporal stability (r values ranged between 0.96 and 0.99). Still showed a correlation in the expected direction with the variables associated with wellbeing and maladaptive emotional processes, attesting to their convergent and divergent validity. The results show that the is a reliable and useful tool for the evaluation and research of compassion in its different dimensions.
- ItemAjustamento Mental ao Cancro do Pulmão: o papel da autocompaixão e do suporte social(ISMT, 2014) Batista, Rute Cristina Damas; Cunha, Marina (Orientadora)A presente investigação pretendeu ver cumpridos três dos principais objetivos: 1) Estudar as variáveis sociodemográficas e clínicas que caracterizam os doentes com cancro do pulmão; 2) Explorar a relação entre o ajustamento mental ao cancro do pulmão, a autocompaixão, o suporte social e os estados emocionais negativos dos doentes; 3) Examinar o impacto da autocompaixão e do suporte social em relação ao ajustamento mental e aos estados emocionais negativos em doentes com cancro do pulmão. A amostra é constituída por 55 indivíduos (38 homens e 17 mulheres) diagnosticados com cancro do pulmão e com idades compreendidas entre os 44 e os 87 anos, acompanhados medicamente no Hospital de Dia de Oncologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Como instrumentos de medida para avaliar o ajustamento mental ao cancro, a autocompaixão, o suporte social e os estados emocionais negativos dos participantes foram utilizadas a Escala de Ajustamento Mental ao Cancro (MiniMac), a Escala de Autocompaixão (Selfcs), a Escala de Satisfação com o Suporte Social (Esss) e a Escala de Sintomatologia Psicopatológica (Eads-21). Os resultados obtidos revelaram uma associação significativa entre algumas variáveis clínicas, nomeadamente ser fumador, perceção da gravidade da doença, existência de antecedentes familiares com doença oncológica, e as variáveis em estudo (ajustamento mental, autocompaixão, suporte social e psicopatologia). Foram ainda encontradas correlações significativas entre o ajustamento mental e as estratégias de regulação emocional (autocompaixão), suporte social e psicopatologia. Por último, as análises de regressão linear múltipla mostraram que o modelo preditor da sintomatologia depressiva e do ajustamento mental (avaliado pela dimensão de desânimo) inclui o mindfulness como um preditor significativo. Já em relação ao modelo preditor do stress, o grau de satisfação com o suporte dos amigos revelou ser um contributo importante. Estes resultados têm implicações práticas, sugerindo que estes doentes podem no seu programa terapêutico beneficiar do desenvolvimento deste tipo de estratégias (novas formas de se relacionarem com as suas experiências emocionais e qualidade das suas redes sociais) no sentido de promover um melhor ajustamento mental à sua condição. / The current investigation intended to study three main objetives: 1) to study the sociodemographical and clinical variables which characterize those who suffer from lung cancer; 2) to explore the relation between the mental adjustment to lung cancer, selfcompassion, social support and the negative mental conditions of the sick person; 3) to analyse the impact of self-compassion and the social support in relation to the mental adjustment and to the negative mental conditions of a sick person with lung cancer. The sample is made of 55 individuals (38 males and 17 females) diagnosed with lung cancer, aged between 44 and 87 years old, using medicines at the Hospital de Dia de Oncologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. The Mini Mental Adjustment to Cancer Scale (MiniMac), the Self-Compassion Scale (Selfcs), the Escala de Satisfação com o Suporte Social (Esss) and the Depression Anxiety Stress Scales (Eads-21) scales were used as measuring instruments of evaluation of the mental adjustment to lung cancer, selfcompassion, social support and the negative mental conditions of the sick person. The results revealed a significant association between some clinical variables (being a smoker, awareness of the gravity of sickness, precedent relatives who suffered from cancer) and the variables in study (mental adjustment, self-compassion, social support and psychopathology). There were also found significant correlations between mental adjustment and the strategies used for emotional adjustment (self-compassion), the social support and the psychopathology. At last the multiple linear regretting analysis has shown that the predictor model of depressive symptomatology and the mental adjustment (analysed by the discouragement dimension) includes mindfulness as a significant predictor. However in what concerns to the stress model predictor, the satisfaction level with friends support revealed itself has being of high importance. These results have practical consequences, suggesting that sick people can benefit in their therapeutic program of these kind of strategies (new ways of leading with their emotional experiences and the quality of their social relationships) so they can promote a better mental adjustment to their health condition.
- ItemAnsiedade a Exames no Contexto do Ensino Secundário: o papel da ansiedade social, auto-criticismo e competências de mindfulness e aceitação(ISMT, 2009) Paiva, Maria Jacinta Apolinário Ferreira de Almeida; Cunha, Marina (Orientadora)No presente trabalho, estudamos a Ansiedade aos Testes, entre a população estudantil adolescente. Queremos estudá-la enquanto traço comum da Perturbação de Ansiedade Social; simultaneamente, desejamos captar o papel desempenhado por outras variáveis psicológicas, como o auto-criticismo, e as competências de aceitação e consciência de si (minfulness). A amostra do estudo consiste em 449 estudantes de uma escola secundária de Coimbra, que responderam a um conjunto de 5 questionários. Adoptámos como medidas da ansiedade aos testes a versão portuguesa do Test Anxiety Inventory (TAI) (Ponciano, 1980) e a Escala de Cognições e Comportamentos na Ansiedade aos Exames (ECCAE) (Pinto-Gouveia, Melo e Pereira, 2005); da Ansiedade Social a EAESSA (Escala de Ansiedade e Evitamento de Situações Sociais para Adolescentes – Cunha, Pinto-Gouveia e Salvador, 2002); como medida da auto-complacência e consciência de si a versão portuguesa ad hoc da CAMM (Child Acceptance and Mindfulness Measure - Greco, Smith & Baer, 2008); do auto-criticismo a adaptação portuguesa do FRSC (Forms of Self-Criticizing/Attacking and Self-Reassuring Scale, Gilbert et al., 2004, Castilho e Pinto-Gouveia, 2005). De maneira geral, os resultados desta investigação coadunam-se com a literatura, no que diz respeito ao efeito de género e da preponderância do componente cognitivo na ansiedade face aos exames (frequência de cognições ansiosas); por outro lado, indicam que determinados construtos psicológicos, como o auto-criticismo (selfcriticism) e as competências de aceitação e consciência de si (acceptance e mindfulness), se encontram associadas à ansiedade aos exames. Os estudos futuros devem esclarecer a arquitectura funcional desta relação.
- ItemAnsiedade Social e Competências Socioemocionais: qual a relação(ISMT, 2021) Novo, Mariana Isabel Dias; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: A ansiedade social é uma experiência comum ao ser humano e relaciona-se com a estrutura social de um grupo e a sua organização hierárquica (Pinto-Gouveia, 2000). Enquanto patologia pode variar desde graus ligeiros, e transitórios, desempenhando, um papel adaptativo, até graus mais severos e persistentes que têm implicações na vida do indivíduo, causando sofrimento e interferência na sua vida (Pinto-Gouveia, 2000; Cunha, 2005). Deste modo, a literatura tem mostrado que o conhecimento de diferentes dimensões pode diminuir a resposta de ansiedade e prevenir o seu desenvolvimento ou manutenção. Objetivos: O presente estudo teve como principal objetivo contribuir para a compreensão da ansiedade social, testando o modelo preditor formado pelas memórias precoces de calor e segurança, pelas competências socioemocionais, pela vergonha interna e externa e pela proximidade e ligação aos outros. Adicionalmente, pretendeu-se estudar a comparação de grupos extremos de ansiedade social (ansiedade social alta e baixa) relativamente às variáveis indicadas. Tendo em conta os dados sociodemográficos pretendeu-se analisar o papel das variáveis sexo e idade na ansiedade social em associação aos construtos selecionados. Por último, pretendeu-se estudar a associação entre ansiedade social e as variáveis em estudo. Métodos: A amostra foi constituída por 208 participantes, 54 (26%) do sexo masculino e 154 (74%) do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 59 anos. Os participantes preencheram uma ficha de dados sociodemográficos e completaram 5 instrumentos de autorresposta que avaliaram a ansiedade social (SIAS), as competências socioemocionais (SEE), a vergonha interna e externa (EISS), a proximidade e ligação aos outros (SSPS) e as memórias precoces de calor e segurança (EMWSS). Resultados: Relativamente à ansiedade social, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os sexos, apurando-se apenas uma associação negativa baixa com a idade. A ansiedade social correlacionou-se negativamente com as competências socioemocionais, com a proximidade e ligação aos outros e com as memórias precoces de calor e segurança. Inversamente, a ansiedade social demonstrou uma correlação positiva com o score global da vergonha interna e externa. O modelo preditor explicou 33% da variância da ansiedade social, sendo os melhores preditores a vergonha interna e as competências socioemocionais. O grupo de ansiedade social alta apresentou significativamente menos memórias precoces de calor e segurança, menos competências socioemocionais e menos proximidade e ligação aos outros comparativamente ao grupo de ansiedade social baixa. Adicionalmente, este demonstrou mais vergonha na sua totalidade, bem como, na vergonha interna e externa. Conclusão: O presente estudo contribuiu para o alargamento da investigação da ansiedade social em adultos, tendo em conta as competências socioemocionais, as memórias precoces de calor e segurança, a proximidade e ligação aos outros e a vergonha interna e externa. Os dados permitiram explorar de que modo a ansiedade social está correlacionada com os diversos construtos, sendo que os resultados desta investigação podem apoiar o desenvolvimento de estratégias preventivas que visem promover competências socioemocionais, proximidade e ligação aos outros e sentimentos de calor e segurança, assim como reduzir sentimentos de vergonha. / Introduction: Social anxiety is a common human experience and is related to the social structure of a group and its hierarchical organization (Pinto-Gouveia, 2000). This pathology may range from mild and transient degrees, playing an adaptive role, to more severe and persistent degrees that have implications in the individual's life, causing suffering and interference in his/her life (Pinto-Gouveia, 2000; Cunha, 2005). Thus, the literature has shown that the knowledge of different dimensions can decrease the anxiety response and prevent its development or maintenance. Objectives: The main objective of this study was to contribute to the understanding of social anxiety, by testing the predictor model formed by early memories of warmth and safeness, social-emotional expertise, internal and external shame, and social safeness and pleasure. Additionally, we intended to study the comparison of extreme groups of social anxiety (high and low social anxiety) regarding the indicated variables. Taking into account the sociodemographic data, we intended to analyze the role of the variables gender and age in social anxiety in association with the constructs selected. Finally, we intended to study the association between social anxiety and the variables under study. Method: The sample consisted of 208 participants, 54 (26%) male and 154 (74%) female, aged between 18 and 59 years old. Participants completed a sociodemographic data sheet and completed 5 self-report instruments that assessed social anxiety (SIAS), social-emotional expertise (SEE), internal and external shame (EISS), social safeness and pleasure (SSPS), and early memories of warmth and safeness (EMWSS). Results: For social anxiety, there were no statistically significant differences between genders, with only a low negative association with age. Social anxiety correlated negatively with socioemotional expertise, with social safeness and pleasure, and with early memories of warmth and safeness. Conversely, social anxiety showed a positive correlation with the overall internal and external shame score. The predictor model explained 33% of the variance in social anxiety, with internal shame and social-emotional expertise being the best predictors. The high social anxiety group showed significantly fewer early memories of warmth and safeness, fewer social-emotional expertise, and social safeness and pleasure compared to the low social anxiety group. Additionally, the latter showed more shame in totality, as well as, internal and external shame. Conclusion: The present study contributed to the expansion of social anxiety research in adults, taking into account social-emotional expertise, early memories of warmth and safeness, social safeness and pleasure, and internal and external shame. The data allowed us to explore how social anxiety is correlated with various constructs, and the results of this research may support the development of preventive strategies aimed at promoting social-emotional expertise, social safeness and pleasure, and feelings of warmth and safeness, as well as reducing feelings of shame.
- ItemAnsiedade Social no Contexto: a influência das experiências de bullying, dos estilos de coping e das estratégias de regulação emocional(ISMT, 2009) Azenha, Ana Raquel Ferreira; Cunha, Marina (Orientadora)O presente trabalho pretende contribuir para o enriquecimento do conhecimento da ansiedade social em adultos. Neste sentido, procurou-se investigar a influência e a relação existente entre as vivências de experiências de bullying, os estilos de coping e as estratégias de regulação emocional utilizadas pelos indivíduos, assim como a aceitação das experiências vividas pelos mesmos, com a ansiedade social. Foi também nossa intenção averiguar de que forma os indivíduos com ansiedade social alta se distinguem dos indivíduos com ansiedade social baixa. O nosso trabalho permitiu, também, apurar quais as variáveis com maior valor preditivo de ansiedade social. A amostra foi constituída por 283 estudantes do ensino superior (55 homens, 228 mulheres), com uma média de idades de 22.95 anos (DP=5.72). Os resultados obtidos mostram que a ansiedade social (avaliada pela EAESDIS) se correlaciona positivamente com o estilo de coping negativo (evitamento), com as experiências de bullying e com a estratégia disfuncional de auto-regulação referente à atenção. Por sua vez, está associada de forma negativa aos estilos de coping adaptativos (emocional e racional), às estratégias adequadas de auto-regulação, como a clareza, reparação e aceitação. A comparação entre os dois grupos de ansiedade social mostra que os indivíduos classificados com ansiedade social elevada se diferenciam dos indivíduos com ansiedade social baixa em todas as variáveis estudadas. Já quanto ao conjunto de variáveis que melhor prediz a ansiedade social, foram os estilos de coping que revelaram valores mais elevados, sugerindo, assim, desempenhar um papel importante na compreensão e na predição da ansiedade social. Não obstante o carácter exploratório e as limitações deste estudo, os resultados encontrados poderão dar um contributo para o conhecimento da ansiedade social, com implicações ao nível da avaliação e intervenção clínica.
- ItemAplicação do Jogo (IN)Tour em Adolescentes: estudo piloto da viabilidade e impacto global da intervenção(ISMT, 2023) Gil, Mafalda Pereira; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: A adolescência é caracterizada por diversas mudanças que trazem consigo desafios ou dificuldades próprias que podem afetar o bem-estar psicológico. Reconhecendo a necessidade de programas que ofereçam ferramentas adequadas para lidar de forma funcional e autocompassiva com estas vulnerabilidades, foi desenvolvido um programa de intervenção lúdico-terapêutico chamado (IN)Tour, que se baseia nos princípios da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e da Terapia Focada na Compaixão (CFT). Objetivos: Analisar a viabilidade do programa através da sua aceitabilidade e adequação, considerando os parâmetros referentes à implementação, assiduidade, integração e utilidade da intervenção percecionada pelos participantes. Explorar o impacto preliminar da intervenção ao nível da flexibilidade psicológica, estados emocionais negativos e qualidade de vida dos participantes. Métodos: A amostra foi constituída por 22 adolescentes, sendo 18 do sexo feminino (81.8%), 3 do sexo masculino (13.6%) e 1 sem identificação de sexo. Apresentaram idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos (M = 14.09, DP = 1.82). Os participantes preencheram questionários de avaliação antes e depois do programa de intervenção, avaliando a flexibilidade psicológica (Psyflex-A), a qualidade de vida (Kidscreen-10) e os estados emocionais negativos (EADS-21). Adicionalmente, preencheram um questionário de avaliação global do programa, de forma a avaliar diversos critérios de viabilidade da intervenção. Resultados: O (IN)Tour revelou indicadores adequados de viabilidade do programa de acordo com os critérios de aceitabilidade, implementação, participação e integração. Relativamente à eficácia preliminar, após a intervenção, não foram evidenciadas diferenças estatisticamente significativas na flexibilidade psicológica, qualidade de vida e estados emocionais negativos. Verificou-se, contudo, uma alteração, no sentido esperado, dos valores médios das variáveis em estudo, ainda que não tenha alcançado a significância estatística. Conclusão: Os resultados obtidos remetem para a existência de uma aceitabilidade positiva, realçando a adequação do conteúdo, distribuição e interesse do programa (IN)Tour. Ainda que numa amostra reduzida, estes dados apontam para a relevância de intervenções de baixa intensidade, aplicadas em contexto escolar ou clínico, para o bem-estar e desenvolvimento pessoal. | Introduction: Adolescence is characterized by various changes that bring with them challenges or difficulties of their own that can affect psychological well-being. Recognizing the need for programs that offer adequate tools to deal functionally and self compassionately with these vulnerabilities, a ludic-therapeutic intervention program called (IN)Tour has been developed based on the principles of Acceptance and Commitment Therapy (ACT) and Compassion-Focused Therapy (CFT). Objectives: To analyse the program's viability through its acceptability and suitability, considering parameters regarding implementation, attendance, integration and perceived usefulness of the intervention by participants. Explore the preliminary impact of the intervention on psychological flexibility, negative emotional states and participants' quality of life. Methods: The sample consisted of 22 adolescents, with 18 females (81.8%), three males (13.6%) and one participant with unspecified gender. They ranged in age from 12 to 17 (M = 14.09, SD = 1.82). The participants completed assessment questionnaires before and after the intervention program, evaluating psychological flexibility (Psyflex-A), quality of life (Kidscreen-10) and negative emotional states (EADS-21). Additionally, they filled out a global program evaluation questionnaire to assess various feasibility criteria of the intervention. Results: The (IN)Tour revealed appropriate indicators of program feasibility according to acceptability, implementation, participation and integration criteria. Regarding preliminary effectiveness, no statistically significant differences were observed in psychological flexibility, quality of life and negative emotional states after the intervention. However, a change in the expected direction of the mean values of the variables under study was noted, even though it did not reach statistical significance. Conclusion: The results suggest positive acceptability, highlighting the suitability of the content, distribution, and interest in the (IN)Tour program. Although in a small sample, these data indicate the relevance of low-intensity interventions for well-being and personal development in educational or clinical contexts.
- ItemAssessing Heterosexism Events in a Portuguese Sample and Relationship with Psychological Quality of Life(ISMT, 2022) Martins, Aniana Maísa Teixeira; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: Indivíduos LGBTI+ vivenciam, frequentemente, experiências de heterossexismo e assédio que poderão estar associadas a sentimentos gerais de vergonha, a um fraco sentimento de pertença ou ligação aos outros e a sintomas emocionais negativos. Estas vivências negativas são, muitas vezes, responsáveis por uma diminuição da qualidade de vida psicológica destes indivíduos. É crucial para prática clínica e para a investigação o desenvolvimento de instrumentos de autorresposta que avaliem eventos heterossexistas adaptados a diferentes línguas. Objetivo: Adaptação e validação do instrumento Heterosexist Harassment, Rejection, and Discrimination Scale (HHRDS) para a população portuguesa. Adicionalmente, pretendeu-se testar o impacto das experiências heterosexistas na qualidade de vida dos indivíduos através do efeito mediador de sentimentos de vergonha e de vivências de proximidade e ligação aos outros. Método: A amostra foi constituída por 158 indivíduos LGBTI+ portugueses, com idades compreendidas entre 18 e 48 anos (M = 22,65, DP = 5.75). Os instrumentos de autorresposta foram completados através de um formulário online. Resultados: A análise fatorial exploratória da HHRDS revelou uma estrutura de três fatores (Fator 1: Assédio e Rejeição por Profissionais, Fator 2: Discriminação pela Família, e Fator 3: Abuso Físico e Psicológico) que explicou 50% da variância. A HHRDS demonstrou boa validade de construto, fidedignidade e estabilidade temporal. As experiências heterossexistas apresentaram uma correlação positiva com a vergonha externa e interna, sintomas de ansiedade e depressão. Contrariamente, o heterossexismo mostrou uma correlação negativa com a proximidade/ligação aos outros e a qualidade de vida. Os resultados da análise de caminhos evidenciaram que o impacto do heterossexismo na qualidade de vida foi totalmente mediado por sentimentos de vergonha e pelas vivências de proximidade e conexão social segura. Discussão: No geral, a HHRDS demonstrou ser um instrumento de autorresposta válido e fidedigno para avaliar experiências heterossexistas de assédio, rejeição e discriminação. A sua validação contribuiu para a expansão de investigação nesta área específica. De notar que este estudo realçou ainda o contributo dos sentimentos de vergonha e de vivências de proximidade e conexão social no impacto das experiências de heterossexismo na qualidade de vida destes indivíduos. Estes dados devem ser considerados na promoção de estratégias que visem promover a qualidade de vida. / Introduction: Experiences of heterosexism and harassment are frequently felt by LGBTI+ individuals and may be associated with general feelings of shame, a low sense of belonging or connectedness with others, and emotionally negative symptoms. These negative experiences are often responsible for the deterioration of these individuals’ quality of life. The development of self-report instruments assessing heterosexist events, adapted for different languages is crucial for research and clinical practice. Objective: This study's aim was to adapt and validate the instrument Heterosexist Harassment, Rejection, and Discrimination Scale (HHRDS) for the LGBTI+ Portuguese population. Secondly, it was intended to test the mediator effect of shame feelings and social safeness on the relationship between heterosexism and psychological quality of life. Method: Participants were 158 LGBTI+ Portuguese individuals, with ages ranging between 18 and 48 years old (M = 22,65, SD = 5.75). Self-report measures were completed through an online form. Results: Exploratory factor analysis of the HHRDS revealed a three-factor structure (Factor 1: Harassment and Rejection by Professionals, factor 2: Discrimination by family, and factor 3: Psychological and Physical Abuse) that explained 50% of the variance. The HHRDS revealed good construct validity, reliability, and temporal stability. Heterosexist experiences were positively correlated with external and internal shame, anxiety, and depression symptoms. Inversely, heterosexism was negatively correlated with social safeness and quality of life. Path analysis results indicated that shame feelings and social safeness totally mediated the impact of heterosexism on psychological quality of life. Discussion: Overall, the HHRDS was demonstrated to be a valid and reliable self-report instrument to measure heterosexist harassment, rejection, and discrimination experiences. Its validation contributes to the broadening of investigation in this area. It is worth mentioning that this study also highlighted the shame feelings and connectedness with others’ contribution to the impact of heterosexist experiences on the quality of life of these individuals. This data should be considered while furthering the quality of life strategies for LGBTI+ individuals.
- ItemAtributos e Ações Compassivas: qual o seu papel nos estados afetivos, comparação e relação entre pares na adolescência(ISMT, 2017) Figueiredo, Cátia Alexandra Silva; Cunha, Marina (Orientadora)O presente estudo tem como objetivo geral aprofundar o conhecimento acerca da compaixão na população adolescente. Em particular, procura avaliar as diferentes direções da compaixão (dirigida ao próprio, aos outros e alvo de compaixão por parte dos outros), explorar o possível efeito da idade e do género na manifestação de atitudes e ações compassivas, bem como analisar a sua associação com os estados afetivos, a comparação social e a vinculação aos pares. Participaram neste estudo 338 adolescentes (170 rapazes e 168 raparigas), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos a frequentar o 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário (7º ao 12ºano). Os participantes completaram um conjunto de questionários de autorresposta para avaliação das atitudes e ações compassivas (EAAC), qualidade da vinculação aos pares (AQ-C), estados afetivos (PANAS), e comparação social com os pares (SCS-A). Os resultados mostraram que a idade não evidenciou qualquer associação significativa com a autocompaixão, compaixão pelos outros e compaixão recebida dos outros. Em relação ao género, verificou-se que as raparigas dispõem de mais atributos autocompassivos e manifestam mais atributos e ações compassivas pelos outros, do que os rapazes. Já em relação à situação de ser alvo de compaixão por parte dos outros, não se verificaram diferenças significativas entre rapazes raparigas no que respeita aos atributos e ações compassivas. Verificaram-se correlações significativas e no sentido esperado entre a autocompaixão, a compaixão dirigida aos outros e recebida dos outros e as variáveis em estudo (tipo de afeto, comparação social e o estilo de vinculação). Especificamente, o afeto positivo, a comparação positiva com os pares e o estilo de vinculação segura revelaram uma associação positiva com as ações e atributos compassivos nas suas diversas direções. Por sua vez, o afeto negativo exibiu uma correlação negativa com as ações compassivas nas três direções analisadas, e com os atributos compassivos apenas na avaliação de receber compaixão por parte dos outros. O estilo de vinculação inseguro evitante mostrou uma associação negativa com as ações e os atributos compassivos nas diferentes direções avaliadas. Por último o estilo de vinculação inseguro ambivalente revelou uma correlação negativa significativa com as ações compassivas dirigidas ao próprio e enquanto alvo de compaixão por parte dos outros, bem como com os atributos compassivos relativos à escala de receber compaixão dos outros. Em conclusão, a presente investigação contribui para explorar padrões de associação entre as diversas formas de compaixão e variáveis relacionadas com o afeto, comparação social e qualidade da ligação com os pares, controlando ainda o possível efeito da idade e género na população de adolescentes da comunidade. Partindo destes resultados, é possível inferir a importância de estimular uma mente compassiva nos adolescentes já que a presente investigação apontou uma associação positiva entre a compaixão e variáveis indicadoras de um bom funcionamento emocional e psicológico. / The main purpose of the present study is to expand knowledge about compassion in the adolescent population. In particular, it seeks to evaluate the different directions of compassion (self-compassion, compassion towards and from others), to explore the possible effect of age and gender on the expression of compassionate attitudes and actions, as well as to analyze their association with affective states, social comparison and attachment to peers. A total of 338 adolescents (170 boys and 168 girls), aged between 12 and 18 years, attending the 3rd cycle of basic education and secondary education (7th to 12th) participated in the study. Participants completed a set of self-response questionnaires to assess compassionate attitudes and actions (EAAC), quality of attachment to peers (AQC), affective states (PANAS), and social comparison with peers (SCS-A). The results showed that age did not reveal any significant association with selfcompassion, compassion for others, and compassion received from others. Regarding gender, it has been found that girls have more self-compassion attributes and express more compassionate attributes and actions towards others than boys. As for receiving compassion from others, there were no significant differences between boys and girls, in regard to compassionate attributes and actions. Significant correlations, in the expected direction, were found between selfcompassion, compassion towards and received from others, and the variables being studied (type of affection, social comparison and type of attachment). Specifically, positive affect, positive comparison with peers, and the safe attachment type revealed a positive association with compassionate actions and attributes in their various directions. Negative affection, in turn, exhibited a negative correlation with compassionate actions in the three directions analyzed, and with compassionate attributes only in the evaluation of receiving compassion from others. The insecure/avoidant attachment style displayed a negative association with compassionate actions and attributes in the different directions evaluated. Ultimately, the unsafe/ambivalent attachment type revealed a significant negative correlation with self-directed compassionate actions and as a target of compassion, as well as with the compassionate attributes regarding the scale of receiving compassion from others. In conclusion, the present research contributes to explore patterns of association between the various forms of compassion and variables related to affection, social comparison and quality of attachment to peers, also controlling the possible effect of age and gender on adolescents in the community. Based on these results, it is possible to infer the importance of stimulating a compassionate mind in adolescents, as the present investigation pointed towards a positive association between compassion and variables suggestive of good emotional and psychological functioning.
- ItemA Auto-compaixão em Adolescentes: o papel das memórias emocionais precoces, temperamento, empatia e ansiedade social(ISMT, 2014) Estrela, Cátia Vanessa Ferreira; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: A auto-compaixão define-se através de uma postura calorosa e de aceitação connosco próprios, perante adversidades, mostrando atenção e sensibilidade ao nosso próprio sofrimento. Associados a este sentimento estão outros conceitos importantes que o podem influenciar positiva ou negativamente. Objetivos: Este estudo pretende analisar qual o contributo de determinadas variáveis, como a ansiedade social, empatia, memórias precoces de calor e segurança e inibição comportamental na manifestação da auto-compaixão nos adolescentes. Paralelamente pretende, igualmente, apurar possíveis diferenças entre género, idade e escolaridade. Por fim é analisado de que forma as variáveis se relacionam entre si e qual o conjunto que melhor prediz a auto-compaixão. Método: A amostra é constituída por 207 adolescentes (107 rapazes e 100 raparigas) com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, a frequentarem o ensino básico e secundário do ensino regular. Os participantes preencheram uma folha de dados sociodemográficos e completaram 5 instrumentos de auto-resposta fidedignos que avaliaram a auto-compaixão (SCS; Neff, 2003), ansiedade social (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998), a inibição comportamental (RSRI; Reznick, 1992), a empatia (QACEC; Zoll & Enz, 2010) e as memórias precoces de calor e segurança (EMWSS-A; Richter, Gilbert & McEwan, 2009). Resultados: Os resultados obtidos indicaram diferenças significativas entre rapazes e raparigas relativamente à auto-compaixão, à empatia, inibição comportamental e ansiedade social. A idade e a escolaridade apenas se mostraram associadas à inibição comportamental. Por sua vez a compaixão demonstrou uma associação significativa e no sentido esperado com as variáveis em estudo, à exceção da empatia que não apresentou qualquer correlação significativa. O modelo preditor da auto-compaixão é constituído pelo medo de avaliação negativa, memórias positivas precoces em relação aos pais, género, temperamento de inibição comportamental e ansiedade social em situações novas, explicando 40% da sua variância. Conclusões: Devido ao contributo de novas variáveis, este estudo apresenta um papel inovador para uma melhor compreensão da auto-compaixão nos adolescentes. Deste modo, verifica-se que as memórias emocionais precoces, temperamento de inibição comportamental, ansiedade social, bem como o género a que pertencem os adolescentes desempenham um papel importante na manifestação da auto-compaixão enquanto traço. Ainda que não seja possível estabelecer uma relação causal entre as variáveis, estas podem apontar possíveis vias para o desenvolvimento de auto-compaixão, enquanto uma estratégia de regulação emocional mais positiva e adaptativa para lidar com o sofrimento ou adversidades. / Introduction: Self-compassion is defined by a warm attitude and acceptance with ourselves before adversity, showing attention and sensitivity to our own suffering. Associated with this feeling are other important concepts that can positively or negatively influence. Objectives: This study intends to analyze the contribution of certain variables, such as social anxiety, empathy, early memories of warmth and safety and behavioral inhibition in the manifestation of self-compassion in adolescents. Parallel intends also investigate possible differences between gender, age and education. Finally, it is analyzed how the variables relate to each other and which set best predicts self-compassion. Method: The sample consisted of 207 adolescents (107 boys and 100 girls) aged between 12 and 18 years, attending the school education in regular education. Participants completed a demographic data sheet and completed five instruments reliable auto-response that assessed self-compassion (SCS; Neff, 2003), social anxiety (SAS-A; La Greca & Lopez, 1998), behavioral inhibition (RSRI; Reznick, 1992), empathy (QACEC; Zoll & Enz, 2010) and early memories of warmth and security (EMWSS-A; Richter, Gilbert & McEwan, 2009). Results: The results indicated significant differences between boys and girls regarding self-compassion, empathy, behavioral inhibition and social anxiety. The only age and education were associated with behavioral inhibition. Turn the compassion demonstrated a significant association and in the expected direction with the study variables, except for empathy showed no significant correlation. The predictive model of self-compassion consists of the fear of negative evaluation, early positive memories in relation to parents, gender, temperament of behavioral inhibition and social anxiety in new situations, explaining 40% of its variance. Conclusions: Due to the contribution of new variables, this study presents a novel role for a better understanding of self-compassion in adolescents. Thus, it appears that the early memories emotional, behavioral inhibition temper, social anxiety, as well as gender teenagers belong to play an important role in the manifestation of self-compassion as stroke. Although it is not possible to establish a causal relationship between variables, they can point out possible avenues for the development of self-compassion, while a strategy of more positive and adaptive emotion regulation to deal with suffering and adversity.
- ItemAuto-compaixão: a sua relação com os estados emocionais negativos(ISMT, 2012) Santos, Inês Isabel Vitória dos; Cunha, Marina (Orientadora)O principal objectivo do presente estudo é perceber de que forma a auto – compaixão se relaciona com o auto – criticismo e sintomas psicopatológicos, mais concretamente, a ansiedade, a depressão e o stress na adolescência. Paralelamente pretendeu-se testar a aplicação da escala de auto – compaixão a uma amostra de adolescentes pelo que se procedeu à sua adaptação e estudo das qualidades psicométricas a este período desenvolvimental específico. Fizeram parte da amostra 130 rapazes e 48 raparigas, com uma média de idades de 16.92 anos (DP=1.40) e uma média de anos de escolaridade de 9.99 (DP=1.67). No estudo apresentado foram utilizados os seguintes instrumentos: a Escala de Auto – Compaixão (SCS), a Escala de Ansiedade Depressão e Stress (EADS-21), e a Escala das Formas de Auto – Criticismo e de Auto – Tranquilização (FSCRS). A escala de auto – compaixão mostrou uma boa consistência interna e uma boa estabilidade temporal. Os resultados indicaram que os rapazes apresentam níveis de auto – compaixão significativamente mais elevados que as raparigas. Em ambos os sexos foram observadas correlações no sentido esperado entre a auto – compaixão e os estados emocionais negativos, o auto – criticismo e a auto – tranquilização. Por outras palavras, quanto maior o nível de auto – compaixão do adolescente, menor sintomatologia depressiva, ansiosa e associada ao stress apresenta, bem como menor é o seu auto – criticismo. Em contraste, quanto maior a auto – compaixão, maior a capacidade de se auto – tranquilizar. Conclusão: Partindo da investigação disponível em adultos, o contribuo do presente estudo consistiu em alargar para adolescentes não só a avaliação da auto-compaixão, como também a sua associação às variáveis em estudo. Assim, os resultados sugerem que nos adolescentes, a auto-compaixão pode diminuir a sua vulnerabilidade aos estados emocionais negativos traduzidos, quer por sintomas de ansiedade, depressão e de stress, quer pela adopção de um estilo auto-crítico exacerbado e disfuncional. / The main objective of this study is to understand how self - compassion is related to the self - criticism and psychopathological symptoms, specifically, anxiety, depression and stress in adolescence. At the same time we sought to test the application of the scale of self-pity to a sample of adolescents and it is carried to its adaptation and psychometric study of this specific developmental period. The sample included 130 boys and 48 girls with a mean age of 16.92 years (SD = 1.40) and average years of schooling was 9.99 (SD = 1.67). In the present study we used the following instruments: the Self - Compassion (SCS), Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS), and the Forms of Self – Criticizing/Attacking and Self – Reassuring Scale (FSCRS). The scale of self- compassion showed good internal consistency and good temporal stability. The results indicated that the boys present levels of self - compassion significantly higher than girls. In both sexes were observed in the expected correlations between self-pity and negative emotional states, self-criticism and self-reassurance. In other words, the higher the level of adolescent self-pity, less depressive symptoms, anxiety and stress associated with the present as well as lower your self-criticism. In contrast, the larger the self-compassion, the greater the ability to self-reassuring. Conclusion: Based on the available research in adults, I contribute to this study was to extend to adolescents not only the assessment of self- compassion, as well as their association with variables. Thus, the results suggest that in adolescents, self- compassion can reduce their vulnerability to negative emotional states translated, either by symptoms of anxiety, depression and stress, either by adopting a self-critical style exaggerated and dysfunctional.
- ItemAutocompaixão, Bem-estar Subjetivo e Estado de Saúde em Idosos(ISMT, 2016) Parente, Liliana Filipa Dias; Cunha, Marina (Orientadora)O crescente aumento da população envelhecida constitui um grande avanço na sociedade, mas também um grande desafio, impondo a necessidade de ações que visem promover um envelhecimento bem-sucedido com maior bem-estar subjetivo e melhor estado de saúde (Kanning & Schlicht, 2008; World Health Organization, 2002). O presente estudo apresenta os 3 seguintes objetivos: 1) analisar a autocompaixão, a satisfação com a vida, os afetos, o estado de saúde físico e mental na idade avançada e perceber a possível influência de variáveis sociodemográficas (idade, género, zona de residência (urbano vs. rural), estado civil, escolaridade, religião e tipologia de resposta social); 2) compreender de que forma é que a autocompaixão, a satisfação com a vida, os afetos, o estado de saúde físico e mental se encontram associados entre si na idade avançada; e 3) explorar quais as variáveis que melhor predizem a satisfação com a vida e o estado de saúde (físico e mental) em indivíduos com idade avançada. A amostra em estudo é constituída por 155 indivíduos (99 mulheres e 56 homens), com idades compreendidas entre os 65 e 94 anos (M = 76,06; DP = 7.15), institucionalizados e não institucionalizados dos distritos de Coimbra e Leiria. Os resultados obtidos demonstram correlações significativas e no sentido esperado entre alguns dados sociodemográficos (idade, escolaridade, meio de residência e resposta social) e as variáveis em estudo (Satisfação com a vida, afetos positivos, autocompaixão, estado de saúde físico e mental). Foram igualmente encontradas associações significativas e positivas entre a autocompaixão, bem-estar subjetivo e estado de saúde. Relativamente às análises de regressão, os modelos preditivos significativos revelaram que o estado de saúde física é melhor predito por uma maior satisfação com a vida e menor idade do idoso; o estado de saúde mental é melhor predito pelo aumento da satisfação com a vida, da autocompaixão e diminuição dos afetos negativos; e por último a satisfação com a vida é predita pela saúde física e autocompaixão, sendo esta associação das variáveis no sentido positivo. Para além da idade e da condição de saúde física, estes resultados sugerem a importância do desenvolvimento de estratégias psicológicas que permitam lidar de forma mais calorosa, tolerante e aceitante no sofrimento ou nos momentos difíceis típicos da idade avançada, e, simultaneamente, que permitam uma melhor regulação dos afetos negativos. Estes dados estão de acordo com a literatura que apoia o possível efeito benéfico das terapias focadas na compaixão junto desta população específica, nomeadamente na promoção da satisfação com a vida e saúde mental dos idosos portugueses. / The increase in aging population is a major advance in society, but also a great challenge, imposing the need for actions aimed at promoting successful aging with higher subjective well-being and better health (Kanning & Schlicht, 2008; World Health Organization, 2002). This study presents the following 3 objectives: 1) to analyze the self-compassion, satisfaction with life, the affections, the state of physical and mental health in old age and realize the possible influence of sociodemographic variables (age, gender, area of residence (urban vs. rural), marital status, education, religion and type of social response); 2) understand how is that self-compassion, satisfaction with life, the affections, the state of physical and mental health are associated with each other in old age; and 3) to explore which variables best predict satisfaction with life and health (physical and mental) in individuals with advanced age. The study sample consists of 155 individuals (99 women and 56 men) aged between 65 and 94 years (M = 76.06, SD = 7.15), institutionalized and non-institutionalized in district of Coimbra and Leiria. The results show significant correlations between some demographic (age, education, means of residence and social response) and the study variables (satisfaction with life, positive affect, self-compassion, physical and mental health status), which were expected. There were also found significant positive associations between self-compassion, subjective well-being and health. Regarding the regression analysis, the significant predictive models revealed that physical health is best predicted by greater life satisfaction and lower age of the elderly; the mental health status is best predicted by increased satisfaction with life, self-compassion and decreased negative affect; and last the life satisfaction is predicted by physical health and self-compassion, and this combination of variables in the positive direction. In addition to the age and physical health condition, these results suggest the importance of developing psychological strategies more warmly, tolerant and accepting suffering or in the typical hard times of old age, and simultaneously permitting better regulation of negative affect. These data are consistent with the literature that supports the possible beneficial effect of therapies focused on compassion with this specific population, in particular in promoting life satisfaction and mental health of the Portuguese elderly.
- ItemAutodano, Vergonha e Traços Borderline em Adolescentes: o papel mediador da autocompaixão(ISMT, 2020) Quinteiro, Ana Margarida Valente; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: Os traços borderline surgem geralmente durante a adolescência, fase onde os sintomas se tornam evidentes. Os comportamentos auto lesivos não suicidários (Non-suicidal self-injury – NSSI) embora sejam uma manifestação comum da Perturbação da Personalidade Borderline (PPB), não são um sintoma necessário nem suficiente para fazer o diagnóstico. Vários estudos sugerem uma associação entre a vergonha e a PPB, bem como os NSSI. A vergonha é um fator de risco para um conjunto de sintomas relacionados com a PPB, tais como, comportamentos de autodano. A autocompaixão surge como “antídoto” face a uma atitude autocrítica, desencorajadora e punitiva implicando a compreensão dos fracassos e falhas num contexto de falibilidade humana. Objetivo: Explorar o papel mediador da autocompaixão no efeito dos comportamentos de autodano e sentimentos de vergonha externa e interna sobre os traços borderline em adolescentes. Método: A amostra é constituída por 432 adolescentes (171 rapazes e 261 raparigas) com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos, a frequentarem o ensino básico e secundário do ensino regular. Os participantes preencheram uma ficha de dados sociodemográficos e completaram 4 instrumentos confiáveis de autorresposta que avaliaram traços de personalidade borderline (ETPB-A), autodano (QIAIS-A), autocompaixão (EAC-A) e vergonha externa e interna (EVEI-A). Resultados: : O sexo feminino obteve pontuações mais elevadas na ETPB-A, no QIAIS-A e na EVEI-A; o sexo masculino obteve pontuações mais elevadas na EAC-A. A idade e os anos de escolaridade não se mostraram associados às variáveis em estudo. A ETPB-A apresenta uma correlação negativa moderada com a EAC-A, uma correlação positiva moderada com o QIAIS-A e com a EVEI-A. Existe também uma associação negativa entre a EAC-A e o QIAIS-A, bem como com a EVEI-A. Por último, existe uma correlação positiva entre o QIAIS-A e a EVEI-A. A mediação da autocompaixão na relação entre o autodano e os traços borderline explica 26% de variância e 46% na relação entre a vergonha e os traços borderline em adolescentes. Conclusão: Este estudo apresenta dados inovadores na compreensão do papel da autocompaixão nos traços borderline em adolescentes, face a outras variáveis pouco exploradas como o autodano e a vergonha (externa e interna). Estes resultados parecem apontar para o possível efeito positivo da autocompaixão nos traços borderline em adolescentes, na presença de comportamento de autodano e vergonha. / Introduction: Borderline traits usually appear during adolescence, the stage when symptoms become evident. Non-suicidal self-injury (NSSI) behaviours, although they are a common manifestation of PPB, are not a necessary or sufficient symptom to make the diagnosis. Several studies suggest an association between shame and PPB, as well as NSSI. Shame is a risk factor for a set of symptoms related to PBP, such as self-harm behaviors. Self- compassion appears as an “antidote” in the face of a self-critical, discouraging and punitive attitude, implying the understanding of flaws. Objectives: Explore the mediating role of self-compassion in the effect of self-harm behaviors and feelings of external and internal shame on borderline traits in adolescents. Method: The sample consists of 432 adolescents (171 boys and 261 girls) aged between 12 and 19 years old, attending basic and secondary education. Participants filled out a sociodemographic data sheet and completed 4 reliable self-response instruments that assessed borderline personality traits (ETPB-A), self-harm (QIAIS-A), self-compassion (EAC-A) and external and internal shame (EVEI-A). Results: The female gender obtained higher scores in ETPB-A and EVEI-A; the male gender obtained higher scores in the EAC-A; in QIAIS-A there were no gender differences. Age and years of schooling were not associated with the variables under study. ETPB-A has a moderate negative correlation with EAC-A, a moderate positive correlation with QIAIS-A and EVEI-A. There is also a negative association between EAC-A and QIAIS-A, as well as with EVEI-A. Finally, there is a positive correlation between QIAIS-A and EVEI-A. Finally, there is a positive correlation between QIAIS-A and EVEI-A. Mediation of self-compassion in the relationship between self-harm and borderline traits explains 26% variance and 46% in the relationship between shame and borderline traits in adolescents. Conclusion: This study presents innovative data in the understanding of the role of self- compassion in borderline traits in adolescents, in view of other little explored variables such as self-harm and shame (external and internal). These results seem to point to the possible positive effect of self-compassion on borderline traits in adolescents, in the presence of self- harm and shame behavior.
- ItemAutonomia e Satisfação com a Vida em Jovens Institucionalizados: Lares de Infância e Juventude vs Apartamentos de Autonomização(ISMT, 2011) Neves, Magda Cristina Frazão; Cunha, Marina (Orientadora); Albuquerque, Alexandra (Coorientadora)O principal objectivo deste estudo centra-se na compreensão das relações entre autonomia, satisfação com a vida e a satisfação com a instituição em jovens institucionalizados. Analisaram-se estes três conceitos nas suas relações com a idade, sexo e tipo de resposta social, incidindo a atenção nas diferenças existentes num acolhimento em lar de infância e juventude [LIJ] e apartamento de autonomização [AA]. Participaram neste estudo 181 jovens, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 13 e os 21 anos. Em LIJ estavam acolhidos 155 jovens e 26 em AA. Para avaliar a autonomia utilizou-se o Questionário de Autonomia dos Adolescentes e para a satisfação com a vida a Escala de Satisfação com a Vida. Foi elaborado um questionário com o intuito de avaliar a satisfação com a instituição. De uma forma geral, os resultados indicam-nos que a satisfação com a vida está relacionada positivamente com a autonomia, na sua forma geral, com a dimensão autonomia funcional e com a satisfação com a instituição. A autonomia funcional encontra-se igualmente relacionada positivamente com a satisfação com a instituição. Os rapazes manifestam-se mais satisfeitos com a vida e com a instituição, assim como se sentem mais autónomos do que as raparigas. Os jovens mais velhos mostram-se mais autónomos que os mais novos, e a nível da resposta social é nos AA que se verifica maior autonomia, satisfação com a vida e com a instituição. Podemos salientar que os jovens institucionalizados apresentam níveis de satisfação com a vida baixos, sejam eles jovens mais novos ou mais velhos. Verificámos também que a satisfação com a vida destes jovens é influenciada positivamente pela percepção de competência face à escolha de uma estratégia e sua concretização para atingir um objectivo. Finalmente, podemos perceber que os jovens acolhidos em AA se mostram menos insatisfeitos com a vida e com a instituição, assim como manifestam uma percepção de autonomia superior, aos acolhidos em LIJ. / The main objective of this study focuses on understanding the relationship between autonomy, life satisfaction and institution satisfaction for institutionalized youngters. The analysis was based in these three concepts related to their age relations, sex and type of social care, focuses the attention on the differences between residential care and apartment care. In this study participated 181 youngsters, of both sexes, aged between 13 and 21 years old. Of the 181 youngsters, 155 were placed in residential care and 26 in the apartments care (apartments focused in autonomy development). In order to evaluate autonomy was used the Adolescent Autonomy Questionnaire, for evaluate life satisfaction was used the Students’ Life Satisfaction Scale. To access satisfaction with the institution, was developed a questionnaire, Satisfaction with the Institution Scale. In a general way, the results indicate that life satisfaction is positively related to autonomy, in its general form, with functional autonomy dimension and satisfaction with the institution. Functional autonomy is also positively related to satisfaction with the institution. The boys manifest, themselves, more satisfied with life and the institution as well as feel more autonomous than girls. The older youngsters appear to be more autonomous than younger ones. Analyzing the type of care, is in the apartment care that appear to be greater autonomy, satisfaction with life and with the institution. We point out that institutionalized youngsters have low life satisfaction, low levels whether they be younger or older youngsters. We also observed that life satisfaction of these youngsters is positively influenced by the perception of competence given the choice of a strategy and its implementation to achieve a goal. Finally, we can observe that youngsters in apartment care are less dissatisfied with life and the institution as well as express a greater sense of autonomy to those living in residential care.
- ItemAvaliação da (In)flexibilidade Psicológica na População Portuguesa: validação da versão breve do Multidimensional Psychological Flexibility Inventory (MPFI-24)(ISMT, 2022) Pereira, Carina Margarida dos Santos; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução. A Flexibilidade Psicológica (FP) traduz-se na capacidade de o indivíduo se adaptar ao sofrimento e às dificuldades do dia a dia, de forma a prosseguir a vida de acordo com os seus valores. A FP está relacionada com a saúde mental e o bem-estar, pelo que se torna fundamental a existência de instrumentos que avaliem as diferentes dimensões do comportamento flexível e o desenvolvimento de estratégias que visem a sua promoção. Objetivo. Tradução e validação da versão breve do Inventário de Flexibilidade Psicológica Multidimensional (MPFI-24), para a população portuguesa. Foi analisada a estrutura fatorial do MPFI-24, a fidedignidade e a estabilidade temporal da escala, assim como a sua validade convergente e divergente. Métodos. A amostra foi constituída por 650 participantes, sendo 437 do sexo feminino (67.2%) e 211 do sexo masculino (32.5%), com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos. Os participantes preencheram um protocolo online composto por um questionário sociodemográfico, o Multidimensional Psychological Flexibility Inventory 24 (MPFI-24), a Psy-Flex, o Patient Health Questionnaire- 4 (PHQ-4) e o Mental Health Continuum-Short Form (MHC-SF). Resultados. A análise fatorial confirmatória do MPFI-24 mostrou a plausabilidade do modelo de dois fatores de ordem superior (FP e Inflexibilidade Psicológica-IP) com seis fatores de primeira ordem de flexibilidade e seis fatores de primeira ordem de inflexibilidade. O MPFI-24 mostrou uma boa fidedignidade, com valores superiores a .70 nos índices globais e em todos os fatores. Revelou ainda uma adequada estabilidade temporal no intervalo de quatro meses. A FP mostrou uma associação positiva com a flexibilidade psicológica, avaliada pela Psy-Flex e com a perceção de saúde mental e uma associação negativa com os estados emocionais negativos (ansiedade e depressão). A IP revelou o padrão oposto, sendo todas as correlações moderadas e significativas. A idade mostrou uma associação positiva com a FP e negativa com a IP. Não foram encontradas diferenças de género para os dois indicadores globais do MPFI-24. Conclusões. O MPFI-24 demonstrou ser um inventário válido e fidedigno para avaliar a presença de FP e IP em indivíduos da população portuguesa. Este instrumento pode ser utilizado em contexto clínico e de investigação, podendo ser um contributo relevante no desenho de intervenções que visam aumentar o bem-estar ou flexibilidade psicológica através da promoção de competências específicas (e.g., aceitação, ação comprometida), em detrimento de outras (e.g., fusão cognitiva, evitamento experiencial). / Introduction. Psychological Flexibility (PF) is the individual's ability to adapt to suffering and difficulties in daily life in order to continue living according to their values. PF is related to mental health and well-being, so it is essential to have instruments that assess the different dimensions of flexible behavior and develop strategies to promote it. Objective. Adaptation and validation of the short version of the Multidimensional Psychological Flexibility Inventory for the Portuguese population. The factor structure of the MPFI-24, the reliability and temporal stability of the scale were analyzed, as well as its convergent and divergent validity. Methods. The sample included 650 participants, 437 female (67.2%) and 211 male (32.5%), aged between 18 and 74 years old. Participants completed an online protocol consisting of a sociodemographic questionnaire, the Multidimensional Psychological Flexibility Inventory- 24 (MPFI-24), the Psy-Flex, the Patient Health Questionnaire- 4 (PHQ-4) and the Mental Health Continuum-Short Form (MHC-SF). Results. The confirmatory factor analysis of MPFI-24 showed the plausibility of the two-factor higher-order model (PF and Psychological Inflexibility - PI) with six first order flexibility factors and six first-order inflexibility factors. The MPFI-24 showed good reliability, with values greater than .70 on the overall indices and all factors. It also showed adequate temporal stability over the 4-month interval. The PF showed a positive association with psychological flexibility, as assessed by Psy-Flex, with perceived mental health and a negative association with negative emotional states (anxiety and depression). The PI revealed the opposite pattern, with all correlations moderate and significant. Age showed a positive association with PF and a negative association with PI. No gender differences were found for the two MPFI-24 global indicators. Conclusion. The MPFI-24 proved to be a valid and reliable inventory for assessing the presence of PF and PI in individuals from the Portuguese population. This instrument can be used in clinical and research settings and may contribute to the design of interventions aimed at increasing psychological well-being or flexibility by promoting specific skills (e.g., acceptance, committed action) to the detriment of others (e.g., cognitive fusion, experiential avoidance).
- ItemAvaliação da Empatia em Adolescentes: adaptação e qualidades psicométricas da escala do Índice de Reatividade Interpessoal(ISMT, 2018) Coutinho, Leandra Ferreira; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: A empatia consiste na capacidade de uma pessoa se colocar no lugar de outra, procurando compreender, sentir e responder às emoções e sentimentos da outra pessoa. É um construto multifacetado associado a diversas áreas da psicologia e o Índice de Reatividade Interpessoal de Davis (Interpersonal Reactivity Index, IRI; Davis, 1980, 1983) tem sido um dos instrumentos mais utilizados na sua avaliação. Em Portugal, existe uma versão validada em adultos que revelou boas qualidades psicométricas, semelhantes às suas congéneres em outras línguas. Com o intuito de estudar a empatia em adolescentes, surge a adaptação do IRI a esta faixa etária. Objetivos: Aplicação do IRI a adolescentes e estudo da sua dimensionalidade e propriedades psicométricas. Paralelamente pretende-se uma maior compreensibilidade das diversas dimensões da empatia e a sua associação com outros tipos de afeto positivo e com a sintomatologia psicopatológica na população de adolescentes. Método: Uma amostra de 201 adolescentes portugueses, 82 rapazes (40.8%) e 119 raparigas (59.2%), com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos de idade, a frequentarem entre o 7º e o 12º ano de escolaridade. Foram utilizados os seguintes instrumentos: o Índice de Reatividade Interpessoal (IRI), a Escala de Ansiedade Depressão e Stresse (EADS-21), e a Escala de Tipos de Afeto Positivo (ETAP). Resultados: Foi replicado o padrão de quatro fatores encontrados na versão aplicada a adultos. O Índice de Reatividade Interpessoal mostrou uma boa consistência interna para os respetivos fatores (α = .67 para o Desconforto Pessoal, .81 para o fator Fantasia, .77 para a Tomada de Perspetiva e um valor mais baixo de .54 para a dimensão Preocupação Empática). Foram encontradas diferenças de género, manifestando as raparigas valores mais elevados de empatia em todas as dimensões. A idade mostrou uma associação positiva fraca apenas com o fator de Tomada de Perspetiva. O fator Desconforto Pessoal mostrou-se associado positivamente aos sintomas de ansiedade, depressão e stresse, não revelando qualquer associação com os tipos de afeto positivo. Os fatores relativos à Tomada de Perspetiva, Fantasia e Preocupação Empática revelaram uma associação positiva baixa com os afetos positivos (ativação/excitação e relaxamento) e negativa com a sintomatologia depressiva. Conclusão: Este estudo apresenta contributos importantes na medida em que disponibiliza um instrumento de autorresposta fidedigno e útil para a avaliação da empatia em adolescentes, podendo ser utilizado em contextos clínicos, educativos e de investigação. / Introduction: Empathy consists of a person's ability to put themselves in another's place, seeking to understand, feel, and respond to the emotions and feelings of the other person. It is a multi-faceted construct associated with several areas of psychology and the Davis Interpersonal Reactivity Index (IRI; Davis, 1980, 1983) has been one of the most widely used tools in its evaluation. In Portugal, there is a validated version in adults that revealed good psychometric qualities, similar to their counterparts in other languages. In order to study empathy in adolescents, the adaptation of IRI to this age group arises. Objectives: Application of IRI to adolescents and study of their dimensionality and psychometric properties. At the same time, it is intended a greater comprehensibility of the different dimensions of empathy and its association with other types of positive affect and with the psychopathological symptomatology in the adolescent population. Method: A sample of 201 Portuguese adolescents, 82 boys (40.8%) and 119 girls (59.2%), with ages between 11 and 18 years old, attending the 7th to 12th year of schooling. The following instruments were used: the Interpersonal Reactivity Index (IRI), the Anxiety Depression and Stress Scale (ADSS-21), and the Types of Positive Affect Scale (TPAS). Results: The pattern of four factors found in the version applied to adults was replicated. The Interpersonal Reactivity Index showed good internal consistency for the total scale (α = .81) and respective factors (α = .67 for the Personal Discomfort, 0.81 for the Fantasia factor, .77 for the Perspective and a lower value of .54 for the Empathic Concern dimension). Gender differences were found, with girls indicating higher values of empathy in all dimensions. Age showed a weak positive association only with the factor of Perspective. The Personal Discomfort factor was positively associated with the symptoms of anxiety, depression and stress, showing no association with the types of positive affect. Factors related to Perspective, Fantasy and Empathic Concern revealed a low positive association with positive affects (activation / excitation and relaxation) and negative effects with depressive symptomatology. Conclusion: This study presents important contributions as it made possible the availability of a reliable and useful self-response instrument for the evaluation of empathy in adolescents, and could be used in clinical, educational and research contexts.
- ItemAvaliação da Flexibilidade Psicológica em Adolescentes: validação da PsyFlex-A(ISMT, 2022) Soares, Renata Pires; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: O conceito de flexibilidade psicológica (FP) conduz a mudanças adaptativas do comportamento, estando ligado a indicadores de bem-estar psicológico e saúde mental. A análise de instrumentos de avaliação da FP em adolescentes é especialmente útil ao permitir uma identificação precoce do funcionamento psicológico e desenho de estratégias de intervenção que visam promover a FP. Objetivo: Adaptar e validar a Psy-Flex para a população de adolescentes (PsyFlex-A). Pretendeu-se analisar a estrutura fatorial da escala, a invariância do modelo entre os géneros, a fidedignidade e a sua associação com variáveis sociodemográficas e outras de interesse. Método: A amostra incluiu 309 adolescentes (176 do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M = 14.91; DP = 1.87) e uma média de 9.56 anos de escolaridade (DP = 1.88). Os participantes preencheram um protocolo formado pela PsyFlex A e um conjunto de medidas de autorresposta que avaliaram as competências de mindfulness (CAMM), fusão cognitiva e evitamento experiencial (AFQ-Y8), estados afetivos negativos (DASS-21) e a perceção da qualidade de vida e bem-estar (KidScreen-10). Uma subamostra constituída por 45 participantes completou a PsyFlex-A quatro semanas após a primeira administração para efeitos da análise da fidedignidade temporal. Resultados: A PsyFlex-A apresentou uma estrutura unifactorial e uma invariância do modelo entre os géneros, sugerindo que os resultados são comparáveis entre rapazes e raparigas. Revelou uma consistência interna e uma fidedignidade teste-reteste adequadas. Mostrou associações positivas com as competências de mindfulness e qualidade de vida e uma associação negativa com a fusão cognitiva/evitamento experiencial e estados afetivos negativos (ansiedade, depressão e stress). As variáveis sociodemográficas idade e escolaridade não se mostraram relacionadas com os valores obtidos na PsyFlex-A. Foram encontradas diferenças significativas de género, obtendo os rapazes valores mais elevados de flexibilidade psicológica que as raparigas. Conclusão: A PsyFlex-A mostrou ser um instrumento válido e fidedigno para avaliar as competências de flexibilidade psicológica em adolescentes na população portuguesa. De realçar o seu contributo em contexto educativo e clínico, enquanto instrumento de rastreio e de avaliação de mudança comportamental. / Introduction: The concept of psychological flexibility (PF) leads to adaptive changes in behavior, and it is linked to indicators of psychological well-being and mental health. The analysis of PF’s assessment instruments on teenagers is especially useful, as it allows early identification of the psychological functioning and design of intervention strategies that promote PF. Objective: To adapt and validate the Psy-Flex for the adolescent population (PsyFlex-A). The aim was to analyze the scale's factor structure, the model's invariance between genders, the reliability scale and its association with sociodemographic and other variables of interest. Method: The sample included 309 adolescents (176 male), aged 12 to 18 years (M= 14.91; SD = 1.87) and an average of 9.56 years of schooling (SD = 1.88)). The participants completed a protocol formed by the PsyFlex-A and a set of self-report measures that assessed mindfulness skills (CAMM), cognitive fusion and experiential avoidance (AFQ-Y8), negative affective states (DASS-21), and the perceived quality of life and well-being (KidScreen-10). A subsample of 45 participants completed the PsyFlex-A four weeks after the first administration to conduct a temporal reliability analysis. Results: The PsyFlex-A presented a single factor structure and a model invariance between genders, suggesting that the results are comparable between males and females. Moreover, it revealed adequate internal consistency and test-retest reliability. It showed positive associations with mindfulness skills and quality of life and negative associations with cognitive fusion/experiential avoidance as well as with negative affective states (anxiety, depression, and stress). However, the sociodemographic variables age and education years did not relate to the values obtained in the PsyFlex-A. Finally, significant gender differences were found, with boys obtaining higher values of psychological flexibility than girls. Conclusion: The PsyFlex-A scale proved to be a valid and reliable instrument to assess the psychological flexibility skills of adolescents in the Portuguese population. Its contribution in an educational and clinical context should be highlighted as an instrument for screening and evaluating behavioral change.
- ItemAvaliação da Vergonha Externa e Interna em Adolescentes: adaptação e qualidades psicométricas da Escala de Vergonha Externa e Interna(ISMT, 2019) Silva, Patrícia da; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: A vergonha pode surgir tanto de pensamentos e sentimentos acerca do eu e de como existimos na mente dos outros, associado a perceções e expectativas de que os outros irão julgar o eu (vergonha externa), como também pode surgir de autoavaliações e autocríticas em que o eu é percecionado de forma negativa (vergonha interna) (Gilbert, 1998, 2002). De notar que esta perceção de si mesmo determina o comportamento humano em contextos sociais, influenciando, assim, a construção da identidade, o sentimento de aprovação/aceitação e desejabilidade social (Pinto-Gouveia & Matos, 2010). Esta emoção complexa tem sido associada a estados emocionais negativos e a diversas dificuldades psicológicas, tornando-se importante a sua avaliação e investigação. Neste sentido, Ferreira, Moura-Ramos, Matos e Galhardo (2019) desenvolveram uma escala que avalia em simultâneo os dois tipos de vergonha (externa e interna), designada por Escala de Vergonha Externa e Interna (EVEI) que revelou boas qualidades psicométricas. Dada a relevância dos sentimentos de vergonha na fase desenvolvimental da adolescência, assim como a escassez de estudos nesta faixa etária, considera-se pertinente alargar a investigação para esta população específica. Objetivos: Adaptar e validar a EVEI para a população de adolescentes, passando a ser designada por EVEI-A. Pretende-se analisar a sua estrutura fatorial e propriedades psicométricas. Método: Os estudos de natureza transversal e longitudinal (com intervalo de 1 mês) foram realizados numa amostra de 297 adolescentes portugueses (145 rapazes e 152 raparigas), com idades entre os 12 e os 19 anos de idade e numa subamostra, respetivamente. Para o estudo de validade da EVEI-A, os participantes preencheram a Escala das Formas do Autocriticismo e de Autotranquilização para adolescentes (EFAAA), a Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS-21), a Escala Breve de Vergonha Externa para adolescentes (OASB-A) e a Escala de Comparação Social (ECS). Resultados: Através da análise fatorial confirmatória da EVEI-A, verificámos que esta replicou o modelo de dois fatores: (1) vergonha externa, (2) vergonha interna, revelando os seguintes índices de ajustamento: χ2 (19) = 41,89; p = 0,002, CFI = 0,97, TLI = 0,96 e RMSEA =0,06. Foram encontradas diferenças de género, manifestando as raparigas valores mais elevados de vergonha em ambas as dimensões. A idade e a escolaridade mostraram uma associação positiva fraca com o total EVEI-A e suas dimensões. A EVEIA mostrou uma boa consistência interna para o total da escala (α = 0,85), e uma consistência interna adequada para as subescalas de vergonha externa (α = 0,75) e de vergonha interna (α = 0,79). A EVEI-A apresentou correlações positivas e altas com a escala de vergonha externa (OASB-A) e com a subescala de autocrítica. Com as escalas de depressão, ansiedade e de stresse apresentou uma correlação positiva moderada. Apresentou, ainda uma correlação negativa moderada com a subescala eu tranquilizador e com a escala de comparação social. Conclusão: Este estudo permitiu a disponibilização de um instrumento de autorresposta fidedigno e útil para avaliar a vergonha externa e interna em adolescentes, podendo ser utilizado em contextos clínicos e de investigação. / Introduction: Shame can arise from both thoughts and feelings about the self as well as how we exist in the minds of others, associated with perceptions and expectations that others will judge the self (external shame), in conjunction with self-assessments and selfcriticisms in which the self is negatively perceived (internal shame) (Gilbert, 1998, 2002). It should be noted that this self-perception determines human behaviour in social contexts, thus influencing the construction of identity, the sense of approval/acceptance and social desirability (Pinto-Gouveia & Matos, 2010). This complex emotion has been associated with negative emotional states and various psychological difficulties, making its evaluation and investigation important. In this sense, Ferreira, Moura-Ramos, Matos and Galhardo (2019) developed a scale that simultaneously evaluates the two types of shame (external and internal), called the External and Internal Shame Scale (EVEI) that revealed good psychometric qualities. Due to the significance of the feelings of shame in the developmental phase of adolescence, as well as the scarcity of studies in this age group, it is considered pertinent to extend the research to this specific population. Objectives: Adapt and validate the EVEI for the adolescent population, to be called EVEI-A. The intent is to analyse its factorial structure and psychometric properties. Method: The cross-sectional and longitudinal studies (with 1 month intervals) were performed in a sample of 297 Portuguese adolescents, (145 boys and 152 girls), with ages between 12 and 19 years old and in a sub-sample, respectively. To study the validity of EVEI-A, the participants completed the Forms of Self-Criticism and Self-Reassurance (FSCSR) for adolescents, the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21), The “Other as Shamer” - brief version for adolescents(OASB-A) and the Social Comparison Scale (ECS). Results: Through the EVEI-A’s confirmatory factor analysis, we found that it replicated the two factor model: (1) external shame, (2) internal shame, revealing the following adjustment indices: χ2 (19) = 41,89; p = 0,002, CFI = 0,97, TLI = 0,96 e RMSEA =0,06. Gender differences were found, with girls indicating higher values of shame in both dimensions. The age and year of schooling showed a weak positive association with the total EVEI-A scale and its dimensions. The EVEI-A showed a good internal consistency for the total of the scale (α = 0,85), and an adequate internal consistency for the external shame (α = 0,75) and internal shame subscales (α = 0,79). The EVEI-A presented positive and high correlations with the external shame scale (OASB-A) and the self-critical subscale. The depression, anxiety and stress scales showed a moderate positive correlation. Moreover, it presented a moderate negative correlation with the subscale of self-reassurance and the social comparison scale. Conclusion: This study allowed the availability of a reliable and useful self-response instrument for the evaluation of external and internal shame in adolescents, and could be used in clinical and research contexts.
- ItemAvaliação de Aspetos Psicológicos em Tempos de Pandemia COVID-19: preocupações, stress e estilo ruminativo(ISMT, 2020) Trindade, Marta Neves; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: A atual situação pandémica, que tem por base o novo coronavírus (SARS- CoV-2), despoletou um período crítico e nunca vivido, que mudou a vida da população, tendo já infetado, até à data, cerca de 35 milhões de pessoas. A experiência de confinamento social e de quarentena apesar de benéfica para a saúde pública, tem vindo a ser descrita como prejudicial para a saúde mental. Objetivos: Descrever variáveis contextuais resultantes da pandemia (e.g., condição laboral, situação de quarentena/confinamento, possibilidade de estar infetado, presença de fatores de risco, tempo de confinamento); identificar as principais preocupações associadas à COVID-19 e eventuais diferenças em função do sexo e de variáveis contextuais; analisar o nível de stress percecionado e o estilo ruminativo dos participantes, bem como analisar de que forma podem estar associados a preocupações específicas com a COVID-19. Método: A amostra é constituída por 716 participantes com idades compreendidas entre os 18 e os 76 anos. Os dados foram recolhidos em março de 2020 (1º estado de emergência declarado em Portugal) através da plataforma Google Docs. A informação recolhida incluiu dados sociodemográficos, questões fechadas e uma aberta relacionadas com a COVID-19 (e.g., preocupações/ameaças laborais, sociais, financeiras, familiares, de saúde), bem como os níveis de stress e ruminação avaliados por questionários de autorresposta. Os dados foram tratados quantitativamente e qualitativamente. Resultados: Os medos ou preocupações relacionadas com a COVID-19 mais reportados foram as consequências financeiras e o receio de infetar os outros. Verificaram-se algumas diferenças em função do género, revelando o sexo feminino valores mais elevados de preocupações. Os indivíduos em confinamento (em casa há mais de um dia) apresentaram valores mais elevados nos medos/preocupações, do que os que se mantiveram a trabalhar. O principal foco de preocupação dos participantes recaiu na instabilidade económica associada ao desemprego e ao impacto social, bem como a sensação de ameaça ou incerteza relativa a futuro. As mulheres manifestaram níveis mais elevados de stress e de ruminação. Adicionalmente, os participantes que se encontravam a trabalhar ou a estudar em casa apresentaram valores mais elevados de ruminação, assim como aqueles que se encontravam sob suspeita de estar infetados. Conclusão: Este estudo realça a necessidade de se estar atento aos efeitos que esta pandemia pode ter na saúde mental de toda a população. Considera-se que é prioritária a continuação da monitorização de alguns indicadores psicológicos, tal como, desenvolver programas que permitam prevenir ou diminuir sintomas de mal-estar psicológico. / Introduction: The current pandemic, based on the new coronavirus (SARS-CoV-2), has triggered a critical and never experienced period, which has changed the life of the population, having already infected until the date this study is being written above 35 million people. The experience of social confinement and quarantine, although beneficial to public health, has been described as detrimental to one’s mental health. Objectives: To describe contextual variables resulting from the pandemic (e.g., employment situation, quarantine/confinement, possibility of being infected, presence of risk factors, confinement period); to identify the main concerns related to COVID-19 and any gender differences and contextual variables; to analyze the level of perceived stress and the ruminative style of the participants, as well as to analyze how they may be associated with specific concerns about COVID-19. Method: The sample consists of 716 participants aged between 18 and 76 years. The data was collected in March 2020 (first state of emergency declared in Portugal) through Google Docs platform. The gathered information included sociodemographic data, multiple closed questions and one open question related to COVID-19 (e.g. labor, social, financial, familiar, health concerns/menaces), as well as stress levels and rumination evaluated by self-response questionnaires. The data were treated quantitatively and qualitatively. Results: The most reported fears or concerns related to COVID-19 were fear of financial consequences and the fear of infecting others. There were some differences according to gender, revealing higher values of concern for females. Those in confinement (at home for more than a day) had higher values of fears/concerns than those who continued to work. The main focus of concern for participants was the lack of financial stability associated with unemployment and economic impact, as well as the feeling of menace or uncertainty regarding the future. Women manifested higher levels of stress and rumination. Additionally, participants who were working or studying from home showed higher values of rumination, as well as those who were under suspicion of being infected. Conclusion: This study highlights the need of being aware of the effects that this pandemic can have on the mental health of the entire population. It is considered a priority to continue monitoring some psychological indicators, such as developing programs that allow to prevent or reduce symptoms of psychological malaise.
- ItemAvaliação do Clima Emocional na Sala de Aula: desenvolvimento e validação de um novo instrumento para adolescentes(ISMT, 2019) Henriques, Ângela Isabel Trindade; Cunha, Marina (Orientadora)Introdução: O clima escolar pode ser caraterizado pela qualidade das interações que o aluno tem para com a comunidade escolar (professores, funcionários, colegas/amigos), bem como pelo envolvimento e sentimento de segurança física e psicológica presente neste contexto específico, o qual influencia consequentemente o desenvolvimento cognitivo, social e psicológico dos alunos. Neste sentido, e tendo em conta que a escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento equilibrado e saudável dos adolescentes, Albuquerque, Matos, Cunha, Galhardo, Palmeira e Lima (2019) desenvolveram uma escala que avalia diferentes tipos de emoções na sala de aula, designada por Escala de Avaliação do Clima Emocional na Sala de Aula (EACESA). O desenvolvimento da escala foi baseado numa abordagem evolucionária e motivacional que aponta a interdependência de três sistemas diferentes na regulação do afeto (Gilbert, 2005; Gilbert, 2019). Objetivos: Desenvolvimento e validação de um novo instrumento para a população de adolescentes designado de EACESA. Pretendeu-se analisar a sua estrutura fatorial e propriedades psicométricas, bem como explorar a sua relação com outras medidas de afeto positivo e negativo, estados emocionais negativos, formas de autocriticismo e de autotranquilização e a qualidade de vida. Métodos: A amostra final incluiu 390 adolescentes portugueses (179 rapazes e 211 raparigas), com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos de idade, a frequentarem entre o 7º e o 12º ano de escolaridade. Para além da EACESA, os participantes preencheram os seguintes instrumentos: Escala de Tipos de Afeto Positivo (ETAP), Escala das Formas de Autocriticismo e de Autotranquilização para Adolescentes (EFAAA), Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS-21), Escala de Afeto Positivo e Negativo para Crianças (EAPAN-C) e o Questionário de Qualidade de Vida em Crianças e Adolescentes (Kidscreen 10). Resultados: O modelo hipotetizado de três fatores da EACESA (Segurança, Drive e Ameaça) foi testado através de uma análise fatorial confirmatória, revelando um bom ajustamento aos dados (χ2/gl = 2,93; CFI = 0,91; GFI = 0,92; RMSEA = 0,07). As subescalas apresentaram uma consistência interna adequada (α = 0,73 para a subescala de segurança, α = 0,86 para a subescala de drive e α = 0,70 para a subescala de ameaça). Foram encontradas diferenças de género, manifestando os rapazes valores mais elevados nas subescalas de segurança e drive e as raparigas valores mais elevados na subescala de ameaça. A idade não mostrou uma correlação significativa com qualquer das subescalas da EACESA. A escala apresentou uma boa estabilidade teste-reteste no intervalo de 1 mês. As subescalas Segurança e Drive da EACESA apresentaram correlações positivas significativas com os tipos de afeto positivo, com a afetividade positiva, com a autotranquilização e com a qualidade de vida. Apresentaram-se também correlacionadas, mas negativamente com os estados emocionais negativos, com a afetividade negativa e com as formas de autocriticismo (Eu Detestado e Eu Inadequado). Já a subescala de Ameaça apresentou correlações positivas e significativas com os estados emocionais negativos, com a afetividade negativa e com as formas de autocriticismo, bem como uma associação negativa com os tipos de afeto positivo, com a afetividade positiva, com a autotranquilização e com a qualidade de vida. Conclusão: Este estudo demonstrou que a EACESA é um instrumento robusto e fidedigno que permite a avaliação do clima emocional na sala de aula, identificando três sistemas diferentes associados a sentimentos de segurança/tranquilização, de drive/ procura-recompensa e de defesa/ameaça. / Introduction: The school climate can be characterized by the students’ quality of interactions with the school community (teachers, staff, colleagues/friends), as well as by the involvement and feeling of physical and psychological security present in this specific context, which consequently influences the cognitive, social and psychological development of students. Therefore, considering that the school is a privileged space for the balanced and healthy development of adolescents, Albuquerque, Matos, Cunha, Galhardo, Palmeira and Lima (2019) developed a scale that evaluates different kinds of emotions in the classroom, called the Classroom Emotional Climate Assessment Scale (EACESA). The development of the scale was based on an evolutionary and motivational approach that points to the interdependence of three different systems in affect regulation (Gilbert, 2005; Gilbert, 2019). Objectives: Development and validation of a new instrument for the adolescent population designated by EACESA. It was intended to analyse its factorial structure and psychometric properties, as well as explore its relationship with other measures of positive and negative affect, negative emotional states, forms of self-criticism and selfreassurance and quality of life. Method: The final sample included 390 Portuguese adolescents (179 boys and 211 girls), with aged between 12 and 19 years old, attending between 7th and 12th year of schooling. In addition to the EACESA, participants completed the following instruments: Activation and Safe/Content Affect Scale (ETAP), Depression Anxiety Stress Scales (DASS-21), Forms of Self‐Criticizing and Self-Reassuring Scale (FSCRS), Positive Affect and Negative Affect for Children Scale (PANAS-C) and the Children and Adolescent Quality of Life Questionnaire (Kidscreen 10). Results: The hypothesized EACESA three factor model (Safe, Drive and Threat) was tested by confirmatory factor analysis, adjustment a good fit to the data (χ2 / gl = 2.93; CFI = 0.91; GFI = 0.92; RMSEA = 0.07). The subscales had an adequate internal consistency (α = 0.73 for the safe subscale, α = 0.86 for the drive subscale and α = 0.70 for the threat subscale). Gender differences were found, with boys indicating higher values in the safe and drive subscales and girls indicating values in the threat subscale. Age did not show a significant correlation with any of the EACESA subscales. The scale showed good test-retest stability within 1 month. EACESA Safe and Drive subscales showed significant positive correlations with the types of positive affect, positive affectivity, self-reassurance and quality of life. They were also correlated, but negatively, with negative emotional states, negative affectivity, and forms of self-criticism (I Hated and I Inappropriate). The Threat subscale showed positive and significant correlations with negative emotional states, negative affectivity and forms of self-criticism, as well as a negative association with positive affect types, positive affectivity, self-reassurance and quality of life. Conclusion: This study demonstrated that the EACESA is a robust and reliable instrument that allows to the assessment of the emotional climate in the classroom, identifying three different systems associated with feelings of safe/reassurance, drive/seek-reward and defense/threat.